A violência no trânsito é uma triste realidade da nossa sociedade. De acordo com um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) feito em 2009 em 178 países, aproximadamente 1,3 milhões de pessoas morrem vítimas de acidentes anualmente. Dos sobreviventes, cerca de 50 milhões têm sequelas para o resto da vida.
Segundo dados do Ministério da Saúde, as mortes por conta de colisões e atropelamentos vêm caindo ao longo dos anos, porém, em uma velocidade muito abaixo da desejada e da meta estabelecida pela ONU. Em 2017, foram 34.236 mortes registradas.
Outro dado alarmante: cerca de 90% das colisões fatais são ocasionadas por erro humano. Ou seja, para diminuir a violência no trânsito, um dos caminhos é mudar a cultura, qualificar os motoristas e conscientizar a todos sobre os perigos e os impactos desse tipo de violência em nossa sociedade.
A seguir, listamos algumas ações que podemos começar a tomar agora para que o trânsito possa se tornar mais seguro.
1 – Leis mais rígidas e respeito a elas
Uma das ações que podem frear o avanço da violência no trânsito é a criação de leis mais rígidas e, claro, o devido cumprimento delas. Nosso código de trânsito é realmente muito bom, com punições que tem a capacidade de coibir certos crimes.
No entanto, nosso judiciário é lento e burocrático, tornando a aplicação das leis e a punição aos culpados uma verdadeira epopeia.
Por isso, uma das ações mais representativas parte do poder público, ao melhorar o sistema judiciário, diminuir a burocracia e incentivar programas educacionais que mudem a cultura do motorista brasileiro, fazendo com que o respeito às leis seja incutido na mente dos cidadãos.
2 – Priorizar pedestres, ciclistas e veículos menores.
Uma “regra” do trânsito que muitas vezes não é seguida é a de que o maior deve cuidar do menor. Dessa forma, um caminhoneiro deve ter cuidado redobrado para não colocar em risco motoristas de veículos menores ou pedestres.
Este tema inclusive foi um dos principais pontos da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, que aconteceu em 2015, em Brasília e teve a participação de mais de 130 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
Das discussões, foi elaborada a “Declaração de Brasília”, em que os países se comprometeram a priorizar pedestres, ciclistas e motociclistas, contribuindo, assim, para mudar o paradigma do debate sobre trânsito em todo o planeta.
3 – Direção defensiva
Uma das ações mais diretas e efetivas que qualquer motorista pode começar a empregar agora mesmo, é dirigir defensivamente. A direção defensiva protege quem está dirigindo e todas as pessoas que estão ao seu redor.
Ou como define o Manual de Direção Defensiva do Denatran: “é a forma de dirigir, que permite a você reconhecer antecipadamente as situações de perigo e prever o que pode acontecer com você, com seus acompanhantes, com o seu veículo e com os outros usuários da via”.
E para praticar uma direção defensiva, algumas dicas devem ser levadas em consideração:
-Realize manutenções preventivas em seu veículo;
-Reduza a velocidade quando estiver próximo a um cruzamento;
-Antes de realizar uma conversão ligue a seta antecipadamente;
-Mantenha uma distância considerável do veículo a frente. Assim, você consegue evitar algum acidente, caso ele cometa algum erro;
-Respeite as leis e regras de trânsito sempre;
-Esteja sempre atento. O celular pode distrair muito a sua atenção podendo causar acidentes;
-Para os pedestres: vale sempre lembrar de olhar os dois lados antes de atravessar e sempre cruzar na faixa;
-Para os veículos: sempre pare quando as pessoas iniciarem a travessia. E espere elas terminarem de cruzar, mesmo que o sinal tenha ficado verde;
-Nunca dirija sob efeito de álcool, drogas, com sono ou estresse, pois estar abalado psicologicamente pode prejudicar suas percepções.
Por fim, a regra básica tanto para o trânsito, quanto para a vida, é ter empatia pelo próximo e pensar no bem-estar de todos. Se cada um fizer sua parte e cuidar para preservar a vida do outro, todos nós estaremos protegidos e cada vez mais seguros no trânsito.